Marialva, próxima de completar 57 anos, se desenha vigorosa como uma cidade que nasceu a meio caminho entre Mandaguari e Maringá, municípios que lhe servem de referência e que, igualmente, nasceram por obra da Companhia Melhoramentos Norte do Paraná, empresa responsável pela colonização de vasta porção geográfica do Estado.
Elevada a distrito de Mandaguari em 1º de outubro de 1947, Marialva emancipou-se no dia 14 de novembro de 1951 (lei nº 790) e a instalação do município ocorreu exatamente um ano depois com a posse de seu primeiro prefeito, Antonio Garcia Neto. O nome da cidade homenageia o cavaleiro português . Pedro de Alcântara Menezes, o Marquês de Marialva.
A expansão urbana do município, ocorrida de maneira rápida e intensa a partir do final dos anos 50, é resultado da exploração da cafeicultura, atividade agrícola que alavancou o desenvolvimento econômico do norte paranaense. . Condições adequadas de clima e solo criavam o ambiente ideal para o plantio do café, lavouras que atraíam pioneiros de todo o país.
Com o fim do ciclo cafeeiro nos anos 70, decretado por fortes geadas que desestimularam a manutenção da atividade, Marialva, a exemplo de outros municípios da região que tinham no então chamado ‘ouro verde’ sua âncora econômica, buscaram alternativa para conter o êxodo rural. Além de diversificar a produção agrícola, o município apostou na uva.
O cultivo de uvas, intensificado a partir dos anos 70, hoje cobre porção expressiva da área rural do município, reconhecido no Estado como ‘Capital da Uva Fina’. O título se justifica com números: a atividade emprega cerca de 6 mil pessoas e movimenta cerca de R$ 60 milhões/ano, o que representa 50% da receita gerada pela agricultura no município.
A atividade se desenvolve amparada em pesquisas e assessoria técnica, apoio que assegura inovações tecnológicas no manejo dos parreirais com conseqüente aumento da produção de diversas variedades, prevalecendo o cultivo das uvas rubi e benitaka. A uva produzida no município abastece mercados de diversas regiões, mas prevalece o Sudeste.
Para garantir a qualidade da uva encaminhada ao mercado para comercialização, Marialva adotou em caráter inédito no país lei que pune produtores que retirarem dos parreirais frutos com baixo teor de açúcar. A chamada ‘lei da uva verde’ reforçou a credibilidade do produto local junto aos consumidores e valorizou o preço.