O município de Marialva é conhecido nacionalmente como Capital da Uva, o maior produtor de uva fina de mesa. Agora surge uma nova alternativa para os pequenos produtores: a floricultura (plantio de flores). “A atividade utiliza um espaço pequeno e gera muitos empregos. Para cada hectare de flor plantado, há cerca de 10 empregos diretos, o que se traduz em ótima alternativa de agricultura familiar”, disse o secretário da Agricultura, Edio Akio Mituy.
Há 14 anos, Benedito Francisco Couto tinha o sonho de voltar ao Paraná, a sua terra natal. Na época, trabalhava na produção de flores na cidade de Atibaia-Sp e resolveu tentar a vida em Marialva. A esperança era de que a produção aqui, fosse igual, ou melhor, que lá. “Está tudo indo bem. A terra de Marialva é maravilhosa”, disse Couto.
”Comecei a trabalhar com flores em Atibaia em 1979. Mas era empregado. Hoje, estamos nos aproximando de 40.000 pés de rosas, em nossa propriedade. O objetivo é, em muito breve, chegar à marca de 100.000 pés. Com isso, o sonho estará totalmente realizado”, ressaltou.
Segundo Couto, o produto não é vendido só em datas especiais, mas durante todo o ano. “Não falta procura. O que falta é mão de obra. E não vendemos apenas em datas especiais. Em todas as épocas do ano, as rosas têm muita saída”.
A propriedade localiza-se na Estrada Iti, Km. 04, possuiu 10.000 metros produzindo flores e mais 6.000 metros sendo preparados para o plantio. A mão-de-obra já não é suficiente. Ao todo, 6 pessoas estão trabalhando. “Dá mais mão-de-obra do que a uva. Enquanto a uva tem certos períodos de descanso, o trabalho com as rosas é constante. Fazemos limpeza, adubação, poda, etc. Serviço é o que não falta”, ressaltou Couto.
As rosas são vendidas para diversas floriculturas, empresas de decoração e decoradores autônomos. O valor varia de 5 à 8 reais a dúzia, dependendo do tamanho e da variedade.
De 35 à 60 dias após a poda, as rosas ficam prontas para a colheita, variando conforme a qualidade e o clima.
Dia Internacional da Mulher, Mães, Namorados, Secretária, Finados, Natal. Para todas as datas comemorativas há uma preparação antecipada. “Em alguns dias, estaremos podando, para que as rosas estejam prontas para venda no dia das mães. Há 40 dias atrás fizemos a poda para o Dia Internacional da Mulher. Inclusive, estaremos distribuindo rosas para as mulheres que estiverem no jogo do time local, o Atlético Clube Marialva, nesse dia”, comentou Benedito.
A cobertura para a proteção do granizo é a mesma utilizada nos parreirais de uva. ”Começamos a plantação há 4 anos. Mas há três anos e meio estamos produzindo. Foram necessários 6 meses para nos adequar as normas, como a licença do IAP, a outorga da SUDERSA, ligação de energia elétrica, etc. Aqui era uma plantação de uva, antes da plantação de flores”.
Thinner, Avalanche, Hollywood, Miracle, Carola, Vegas, Ipanema e Ravel são algumas variedades de flores produzidas. Cada uma com tonalidade de cor diferente. “Nosso objetivo é, em breve, investir em outras variedades de flores, ornamentais e decorativas. Estamos muito felizes. Compramos uma outra chácara, com o lucro oriundo das rosas. Nossa clientela só tem aumentado. Todas as pessoas que vem nos visitar saem admiradas com a beleza das flores”.
Emerson Augusto Couto, filho de Benedito e sócio da propriedade, mostra-se satisfeito com a produção. “Graças a Deus, viemos com o pensamento positivo e tudo tem dado certo. No começo foi mais difícil, mas agora estamos tendo excelentes resultados. Agradeço à Emater que esteve sempre presente conosco, auxiliando”, comemorou.
A floricultura é uma atividade que exige produtores tecnificados, mão-de-obra qualificada e investimentos, para que se tenha retorno garantido. A renda com a produção de flores, por hectare, pode chegar a R$ 100 mil por ano.
Segundo o último levantamento da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (Seab), divulgado em 2007, nos últimos dez anos a produção de flores cresceu 324% no Paraná.
Com uma participação de 0,18 % do Valor Bruto da Produção (VBP) estadual e arrecadação de R$ 45,5 milhões, o grupo da floricultura foi o que apresentou maior variação positiva quando comparado aos demais, como agricultura, pecuária, fruticultura e hortaliças. “Na região de Maringá, Marialva tem se tornado referência no valor de produção de flores. Talvez, no futuro, nossa cidade, além de ser a Capital da Uva Fina, seja também a Capital das Flores”, comentou o secretário da Agricultura do município.
O Governo Municipal de Marialva quer incentivar a diversificação de culturas. A produção de flores é uma das prioridades da atual administração. “Em novembro, acontecerá a nossa festa da uva. Vamos promover uma grandiosa exposição de flores. Daremos o incentivo necessário para motivar os produtores”, disse Edgar Silvestre – Deca, prefeito municipal.