A disponibilidade de vagas inverte a lógica como até pouco tempo quando existiam mais trabalhadores que trabalho – e as empresas se excediam nas exigências para contratar. Não que o mercado esteja menos complacente com a falta de qualificação, mas diante da falta de mão-de-obra não resta alternativa às empresas senão absorver trabalhadores sem o nível de experiência esperada.

O raciocínio vale, em particular, para atividades que não exigem qualificação específica, como serviços gerais e auxiliar de linha de produção, mas mesmo em trabalhos onde o nível de experiência esperado é maior as empresas também fazem concessões, numa demonstração inequívoca de que a oferta de vagas é maior que a procura – e isso vale para os dois sexos: centenas de empregos esperam por homens e mulheres em Marialva.

"Claro que a formação educacional e a qualificação profissional ainda são quesitos indispensáveis no momento de empregar-se, principalmente em vagas onde a experiência e conhecimento da atividade são exigidos pelas empresas, mas dispomos de dezenas de vagas onde o currículo pode ser mínimo", afirma a gerente da Agência do Trabalhador de Marialva, Edna Gonçalves, surpresa com o número de vagas oferecidas no momento.

Mas se as empresas encontram dificuldades para preencher cargos em que as exigências são mínimas, nas funções que demandam qualificação o problema é maior ainda. Na Agência do Trabalhador estão disponíveis 35 vagas de soldador, sem que as empresas consigam preenchê-las com mão-de-obra minimamente qualificada. Recentemente, curso em Marialva preparou soldadores, imediatamente absorvidos pelo mercado de trabalho.

A oferta de vagas na Agência do Trabalhador de Marialva é emblemática do vigor econômico do município e da região, considerando que muitas empresas de cidades do entorno recorrem ao escritório local em busca de mão-de-obra – qualificada ou não. A necessidade das empresas alcança as mais variadas funções e aponta para um quadro de otimismo que sustenta o desenvolvimento regional