Segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018
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O encontro de fruticultura que será realizado dia 7 de agosto em Marialva vai marcar a entrega do Centro de Eventos do Parque da Uva, uma área de cerca de 4,5 alqueires localizada às margens da BR-376 que pretende concentrar diversos outros equipamentos para valorizar a atividade vitícola. Entre outros eventos, o local vai abrigar a futura edição da Festa da Uva, que será realizada em 2010.
Durante o evento também será celebrado convênio com a Associação Norte Paranaense (Anpef), cedendo por 20 anos, em regime de comodato, área de 15 mil metros quadrados dentro do Parque da Uva para pesquisas e experimentos em fruticultura, com ênfase em viticultura. Outro convênio vai transferir à Anpef a gestão do Centro de Eventos.
"A entidade desenvolve um importante trabalho de valorização da atividade víticola, por meio de pesquisas e outras ações que buscam ampliar a produtividade dos parreirais com redução de custos e, nesse sentido, é mais que oportuno darmos a ela as condições para que amplie o alcance de seus experimentos", afirma Luis Stéfano, secretário de Agricultura e Meio Ambiente.
Para o prefeito Humberto Feltrin a concessão do Centro de Eventos à Anpef, para que a entidade administre o local em conformidade com seus objetivos enquanto associação voltada à pesquisa na área de fruticultura, constitui um reconhecimento à sua contribuição ao desenvolvimento da viticultura no município. "Ninguém melhor do que a associação para realizar um trabalho que atenda os produtores", diz Feltrin.
A primeira palestra do encontro, sobre o uso da plasticultura no cultivo da videira, será realizada pela professora da UEM Dauri Tessmann e pelo professor Sérgio Ruffo Roberto, da UEL. Aliás, o assunto recentemente foi tema de dia de campo realizado em Marialva pela Anpef,que apresentou aos produtores do município os resultados iniciais de pesquisa com plasticultura.
A pesquisa, apoiada pelas universidades de Londrina e Maringá, Embrapa e Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, busca minimizar custos de produção com a redução do uso de agrotóxicos dos parreirais. O sistema alternativo ao sombrite reduz a umidade nas parreiras e, com isso, a incidência do míldio, fungo cujo controle exige a aplicação de defensivos.
O míldio é um fungo que ocorre em áreas tropicais e pode causar perdas expressivas em diversas plantas, entre elas as videiras. As condições climáticas favoráveis ao seu desenvolvimento são temperaturas de 20ºC a 25ºC e a umidade relativa do ar elevada. A presença de água na superfície das folhas favorece sua proliferação, obrigando o uso intensivo de defensivos para o controle da doença.
Alterações na nota do produtor, tendências climáticas, a uva vista pelo mercado e projeto de goerreferenciamento desenvolvido pelo município em caráter inédito no Estado também estão entre os temas que serão debatidos durante o encontro. A companhia de Teatro Circo Teatro Sem Lona fará uma apresentação especial no evento
O cultivo de uvas no município, intensificado a partir a partir dos anos 70, hoje cobre porção expressiva da área rural do município, reconhecido no Estado como ‘Capítal da Uva Fina’. O título se justifica com números: a atividade emprega cerca de 6 mil pessoas e movimenta cerca de R$ 60 milhões/ano, o que representa 50% da receita gerada pela agricultura.
A atividade se desenvolve amparada em pesquisas e assessoria técnica, apoio que assegura inovações tecnológicas no manejo dos parreirais com conseqüente aumento da produção de diversas variedades, prevalecendo o cultivo das uvas rubi e benitaka. A uva produzida no município abastece mercados do Paraná e da região Sudeste.
Para garantir a qualidade da uva encaminhada ao mercado para comercialização, Marialva adotou em caráter inédito no país lei que pune produtores que retiram dos parreirais e vendem frutos com baixo teor de açúcar. A chamada ‘lei da uva verde’ reforçou a credibilidade do produto local junto aos consumidores e valorizou o preço.
A fiscalização é rigorosa e carga de fruta em desacordo com a lei é apreendida e destruída. "Pode parecer uma medida radical, mas fazemos isso em defesa dos próprios produtores", afirma o secretário de Agricultura e Meio Ambiente Luiz Stéfano, acrescentando que graças à medida a uva produzida no município é mais valorizada nos grandes centros consumidores.
O rigor na fiscalização vai além do município, que contratou estagiária de Agronomia para atuar na Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp). Ele analisa a uva que chega de Marialva ao mercado e, caso constate irregularidade, informa imediatamente a Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente.
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