No dia 30 de maio foi publicado em Di�rio Oficial o Decreto Legislativo n� 01/2014 de autoria do Vereador Jefferson Garb�ggio, aprovado por unanimidade pelos pares, que outorga o t�tulo de Cidad�o Honor�rio de Marialva ao Ilustr�ssimo Senhor �ngelo Martins Lopes, pai da Primeira-Dama e Secret�ria de Assist�ncia Social, Maria Angela Martins Molina Silvestre-Mari.

O diploma foi entregue em Sess�o Solene realizada no dia 29 de agosto, no plen�rio da C�mara Municipal. Diversas autoridades, familiares e amigos estiveram presentes, como o prefeito Edgar Silvestre-Deca; vice-prefeita, Antonieta Belinatti Perez; presidente da C�mara, Valdemir Ab�lio de Brito; promotora de Justi�a, Dr� Maria Aparecida Morelli Pangoni; comandante da 3� Cia do 4˚ batalh�o de Pol�cia Militar de Marialva, Gilberto Kummer Junior; Coordenador Estadual de Prote��o e Defesa Civil e Secret�rio Chefe da Casa Militar, Adilson Castilho Cassitas; e o filho do homenageado (representando a fam�lia) e presidente da OAB-subse��o Maring�, Airton Martins Molina.

?Quando pensamos neste t�tulo, o nome do Senhor �ngelo Martins foi o ideal. Um cidad�o que merece ser reconhecido. Al�m de grande amigo do povo marialvense, nosso homenageado, agora com 91 anos de vida, ainda participa ativamente das a��es de nossa comunidade. Ao longo de sua vida, �ngelo se tornou refer�ncia quando trabalhou como primeiro taxista de Marialva, transportando n�o somente passageiros, mas tamb�m m�dicos, pacientes e amigos, quando necessitavam,? afirmou Garb�ggio.

HIST�RIA

Angelo Martins Lopes � filho de Manoel Martins Gimenes e Maria Dolores Lopes Oller, ambos espanh�is. Na inf�ncia, Sr. Angelo trabalhou dos nove at� os dezenove anos na ro�a, e estudou por apenas um ano, em 1931, o que foi o suficiente para lhe tornar um homem s�bio, honesto e exemplo para sua fam�lia e toda comunidade.

Chegaram a Marialva em 13/06/1946. A fam�lia veio completa: Sr. Manoel, D. Maria e os doze filhos, sendo cinco homens e sete mulheres. Vieram para c�, pois o casal tinha um compadre que aqui residia e que havia dado excelentes refer�ncias a respeito da cidade.
Vieram para se instalar no com�rcio, e assim montaram a Casa Nova, uma loja que vendia desde gr�os at� tecidos, localizada no antigo supermercado Borsari, atual Lojas M�nica.

A cidade de origem era Itirapu�, distrito de Patroc�nio do Sapuca�, pr�ximo � Fran�a, Estado de S�o Paulo. A fam�lia trouxe junto um carro Ford 29, conhecido como ?P� de Bode?. Foi o primeiro carro de pequeno porte de Marialva, pois naquele tempo, existia apenas caminh�o. Trouxeram para uso pr�prio, por�m aqui chegando, e percebendo que para transportar as pessoas havia apenas cavalos e carro�as, Sr. Angelo come�ou a trabalhar como o primeiro taxista da cidade.

Sr. Angelo foi um grande parceiro e amigo do grande m�dico Dr. Milton Tavares Paes. At� ent�o, Dr. Milton ia � resid�ncia dos doentes a cavalo, mas com a chegada de sr. Angelo, o mesmo passou a lev�-lo para todos os lugares, inclusive em Londrina, acompanhando pacientes at� o hospital, pois em Marialva e regi�o mais pr�xima n�o havia este tipo de atendimento.

Ap�s estar um ano em Marialva, Sr. Angelo retornou para Patroc�nio do Sapuca� para buscar Maria Molina Peres Martins, sua amada namorada, que havia ficado l�. Casaram-se em 25 de outubro de 1947, retornaram para Marialva e constitu�ram uma bela fam�lia. Tiveram quatro filhos, sendo tr�s mulheres e um homem: A primeira filha foi Maria Dolores Martins Rosada, a segunda, Catarina Martins Molina Zucoli, o �nico homem, Airton Martins Molina e a ca�ula, Maria Angela Martins Molina Silvestre.

Sr. Angelo e D. Maria tiveram dez netos, nove bisnetos e uma tataraneta. Quando se refere � fam�lia, sr. Angelo � muito feliz e diz ser o homem mais rico de Marialva, n�o por quest�es financeiras, mas pela fam�lia que constituiu, dizendo ser esta a sua maior riqueza e, considera tamb�m, seus tr�s genros, Edgar, Deca e Jorge, e sua nora, Marilucia, como filhos.

Recuando um pouco a hist�ria, Sr. Angelo ficou durante tr�s anos trabalhando como taxista, levando os casais fugidos, pois naquela �poca, como de costume, as mo�as fugiam para se casar. Tamb�m levava a Dona Ana parteira para muitos lugares, para fazer os partos, que tamb�m era uma pr�tica corriqueira. Era procurado at� por moradores de Maring� para o servi�o de transporte. Sr. Angelo tamb�m trabalhou com caminh�o e Kombi, levando passageiros at� a cidade de Aparecida/SP.

Depois de tr�s anos, come�ou a trabalhar no com�rcio juntamente com seu pai, durante dois anos. Ap�s esse per�odo, foi trabalhar na estrada Keller, tamb�m s�tio de seu pai. Trabalhava no pesado, puxando enxada, dentre outros servi�os bra�ais. Residiu no s�tio durante oito anos e depois veio com a fam�lia para uma ch�cara pr�xima � cidade, onde terminou de ter seus filhos ali.

Interessante ressaltar que a primeira mina de �gua, localizada na estrada da Mina, era de seu pai, Sr. Manoel. Quando o mesmo ia voltar de mudan�a para S�o Paulo, a mina fora doada para o munic�pio. Na �poca, o prefeito era o Dr. Barros. Apesar de ser comunicado pelo ent�o prefeito de que existia uma verba que vinha do governo, para indeniza��o, o Sr. Manoel n�o aceitou e disse que doaria a mina para o munic�pio sem o recebimento de nada em troca.
Trabalhou como funcion�rio p�blico com tr�s prefeitos: Armando Moura, Romualdo Borsari e Celso Martini, sempre ocupando cargos de chefia e tem a honra de falar que nunca faltou um dia no trabalho, pois sempre fora muito respons�vel. Dentre os diversos trabalhos realizados pelo Sr. Angelo, h� ainda, o posto de gasolina, a loja de adubos, o despachante e o a�ougue no distrito de Sarandi.

Na d�cada de 60, mesmo morando em ch�cara, participava em a��es sociais que envolviam a comunidade. Por exemplo, na �poca, n�o existia merenda nas escolas, ent�o Sr. Angelo juntamente com o amigo Takeo Tanaka, faziam promo��es com a comunidade para arrecada��o de merenda, tais como: a festa do sorvete e a festa do cachorro quente. Tamb�m entregava panfletos nas ruas pedindo a colabora��o da comunidade para doa��o de merenda e a mesma sempre correspondeu com a ajuda. Continuando os trabalhos sociais, ele levava como volunt�rio os alco�latras para participarem em Maring� da Associa��o dos Alco�licos An�nimos, juntamente com a professora Neuza Gruque.

Sr. Angelo gostava tamb�m da pol�tica e durante seis anos foi presidente da ARENA. Trabalhou em cinco elei��es, como presidente, e entregava urnas, livros de atas durante as elei��es, tudo designado pelo juiz eleitoral.

Sr. Angelo sempre teve um cora��o muito grande e bom e sempre se preocupou com as diferen�as sociais existentes, j� naquela �poca, por mais de uma vez, retirava da esta��o ferrovi�ria v�rias fam�lias para morar com ele, sempre com o consentimento de sua esposa.

� desta forma que tudo foi acontecendo na vida do Sr. Angelo.
O tempo foi passando, os filhos foram crescendo e Sr. Angelo e Dona Maria foram pais exemplares, deram muito amor e ensinaram os filhos a trilharem o caminho do bem, do trabalho e honestidade.

Aposentou-se com 69 anos e, mesmo depois, continuou trabalhando na instala��o de lixeiras nas ruas para as fam�lias e entregando leite na cidade. Trabalhou com plantio de uvas, e tamb�m na gr�fica Dolce, vendendo impressos no com�rcio. Ficou durante 14 anos cuidando do s�tio de seu sobrinho Maneco, formando o mesmo com planta��es.

Finalmente parou de trabalhar aos 84 anos, quando sua esposa, D. Maria, faleceu no ano de 2007. Veja bem, hoje, uma pessoa de 84 anos � considerada idosa e improdut�vel, muitos est�o at� em situa��o de abandono pelos pr�prios familiares, mas Sr. Angelo, mesmo com a perda de sua esposa e companheira de quase 60 anos de conviv�ncia, com o apoio dos filhos e amigos, continuou tocando sua vida e por onde passa, encontra um amigo, e sempre tem suas hist�rias para contar. � um homem l�cido e de uma mem�ria invej�vel.

A partir de 2009, quando seu genro Deca assumiu a prefeitura, Sr. Angelo come�ou a ter uma participa��o ativa nos programas do governo municipal: participa do grupo da melhor idade, viaja e frequenta os bailes, que s�o os eventos de sua prefer�ncia. Com a cria��o da orquestra raiz sertaneja em 2009, Sr. Angelo foi eleito o patrono pelos seus integrantes, e mesmo n�o tocando nenhum instrumento, esteve presente desde o primeiro dia e permanece at� hoje, viajando, fazendo as pessoas felizes, e sendo um homem feliz.

Sempre gentil e cavalheiro isso � visto por todos, em especial pelas senhoras da Melhor Idade. Um fato interessante � que com 91 anos completados nesse dia 23, ainda dirige seu carrinho por todos os lugares, faz aquele trajeto rotineiro de visitar todos os dias a casa de cada filho e at� mesmo o local de trabalho dos mesmos.

Sr. Angelo � um homem de valor, carism�tico e por tudo que foi e � at� hoje, merecidamente recebe este t�tulo de cidad�o honor�rio de Marialva, outorgado pela C�mara de Vereadores de nosso munic�pio.

Maiores informa��es: (44) 3232-1300.