Em alusão ao Setembro Amarelo, uma campanha de conscientização sobre a prevenção ao suicídio, na última sexta-feira, dia 10, que é o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, a Prefeitura de Marialva e a Secretaria Municipal de Saúde, por meio do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), organizaram um evento de capacitação para os profissionais do município, na Casa da Cultura.

Presentes a coordenadora do CAPS (Patrícia Lazarim), a gerente de Atenção Básica (Samile Bonfim), e o secretário municipal de Saúde (José Orlando Villa), o evento ajudou a trazer à tona novamente debates tão importantes para a preservação da vida. A capacitação foi liderada pela psicóloga Raquel Pinheiro Niehues Antoniassi, que é mestre em Psicologia Clínica pela PUC-SP e doutoranda em Psicologia pela UEM. É também idealizadora e fundadora do Comitê de Prevenção e Posvenção do Suicídio da Secretaria de Saúde de Maringá, além de associada-fundadora e diretora da Associação Brasileira de Estudos e Prevenção de Suicídio (ABEPS).

Setembro Amarelo

O Setembro Amarelo é uma campanha de conscientização sobre a prevenção do suicídio e foi criado no Brasil em 2015 pelo CVV (Centro de Valorização da Vida), Conselho Federal de Medicina e Associação Brasileira de Psiquiatria. O mês de setembro foi escolhido porque é no dia 10 do mesmo que acontece o Dia Mundial de Prevenção do Suicídio.

Embora o tema gere desconforto para alguns, é importante falar sobre, uma vez que o número de pessoas que já pensaram em suicídio é bem maior do que se imagina. Segundo estudo realizado pela Unicamp, 17% dos brasileiros, em algum momento, pensaram seriamente em dar um fim à própria vida e, desses, 4,8% chegaram a elaborar um plano para isso. Conscientes disso, é importante saber que é possível evitar que boa parte desses pensamentos suicidas se torne realidade. A primeira medida preventiva é a educação, possibilitando que as pessoas possam ter acesso a recursos de prevenção. Saber quais as principais causas e as formas de ajudar pode ser o primeiro passo para reduzir as taxas de suicídio no Brasil, onde atualmente 32 pessoas tiram a própria vida por dia. Segundo a OMS, o suicídio continua sendo uma das principais causas de morte em todo o mundo, sendo responsável por mais mortes do que o HIV, a malária ou até mesmo o câncer de mama, guerras e homicídios. 

São registrados cerca de 12 mil suicídios todos os anos no Brasil e mais de 1 milhão no mundo. Com esses números, o suicídio encontra-se entre as três principais causas de morte em indivíduos com idade entre 15 e 29 anos no mundo. O Brasil é um país com taxas crescentes, apesar da escassez de indicadores epidemiológicos, corresponde a mais de 5% das mortes por causas externas.

Atualmente, o coronavírus está afetando a saúde mental de muitas pessoas. Estudos recentes mostram um aumento da angústia, ansiedade e depressão, somadas às questões de violência, transtornos por consumo de álcool, abuso de substâncias e sentimento de perda e insegurança, que tornam-se fatores que podem aumentar o risco de uma pessoa decidir tirar a própria vida. Porém, esses estudos também mostram que o contato mais frequente com familiares pode reduzir os riscos. Dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2021, divulgado em julho de 2021 pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, revelam que o número de suicídios no Brasil em 2020 teve variação de apenas 0,4% em relação a 2019, indicando que não houve crescimento da taxa.