Inaugurado no domingo, 24, monumento aos 100 anos da imigração japonesa no Brasil e 70 anos da chegada das primeiras famílias nipônicas ao município se torna a uma referência artística e histórica para a cidade e região

Monumento à imigração é marco histórico em Marialva

Segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018

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A inauguração do monumento aos 100 anos da imigração japonesa no Brasil e 70 anos da chegada das primeiras famílias nipônicas a Marialva, domingo, 24, foi saudado como um ‘marco histórico’ pelo presidente da Associação Cultural e Esportiva (Acem), Mário Makita.
 
Além do prefeito Humberto Feltrin, vereadores e secretários, participaram da solenidades representantes da colônia japonesa e o deputado estadual Luiz Nishimori. O deputado estadual Dr. Batista foi representado por Pedro Men e o deputado Odílio Balbinotti enviou congratulações ao prefeito pela obra.
 
 
“Esse monumento reafirma a parceria entre o governo do prefeito Humberto Feltrin e a colônia japonesa”, disse Mário Makita, que fez um breve relato histórico das circunstâncias que entronizaram os imigrantes no Brasil há um século – e as primeiras famílias em Marialva há 70 anos.
 
“Quando deixaram o porto de Kobe, no Japão, a bordo do navio Kasato Maru, as famílias levavam na bagagem sonhos e esperanças. Acreditavam num destino de fartura e felicidade, mas encontram uma realidade bem diferente da imaginada. Mas venceram”, disse o presidente da Acem.
 
Makita lembrou que os primeiros imigrantes superaram os obstáculos da língua, da cultura , dos hábitos e tantas outras dificuldades para recomeçarem suas vidas longe da pátria de origem – e seus esforços lograram êxito, como bem demonstra a história da imigração.
 
As primeiras famílias de imigrantes chegaram em Marialva em 1937, oriundas do interior paulista. Inicialmente, se dedicaram ao plantio de café, cultura substituída nos anos 70 por outras lavouras em função das geadas que dizimaram as plantações e redesenharam a economia regional.
 
Nesse contexto de dificuldades no campo, com o fim do ciclo cafeeiro que fez a história e a riqueza do Norte e Noroeste do Estado, surgiu a viticultura em Marialva introduzida pelas famílias Wakita e Yamanaka, que a exemplo de outros imigrantes dedicaram-se inicialmente às lavouras de café e ao cultivo de hortaliças.
 
“Esse dia, que marca a inauguração desse monumento, ficará na memória de todas as 180 famílias de descendentes de imigrantes que hoje vivem em Marialva”, lembrou Mário Makita, reforçando seus agradecimentos ao prefeito Humberto Feltrin e a toda sua equipe de trabalho.
 
O deputado estadual Luiz Nishimori, membro da comissão paranaense responsável pelas comemorações do Imin 100, lembrou que dezenas de eventos culturais e esportivos relativos ao centenário da imigração continuam a ocorrer em todo país “e essa solenidade de inauguração é uma delas”.
 
O prefeito Humberto Feltrin dividiu o sucesso de seu governo com vereadores, comunidade e toda sua equipe de trabalho, ‘ do gari ao chefe de gabinete’. “Marialva vem passando por profundas transformações, todas positivas no contexto social e econômico”, disse Feltrin.
 
“Esse monumento é um dos muitos exemplos das mudanças em curso na cidade, que cada vez mais se torna mais humana e justa, valorizando as pessoas que aqui trabalham e ajudam a fazer a nossa história”, acrescentou Feltrin, resumindo a missão de se governo.
Feltrin lembrou que os ornamentos que remetiam à cultura japonesa, colocados em torno do monumento por ocasião da solenidade de inauguração, serão removidos nos próximos dias, mas em serão instalados em caráter definitivo muito em breve, conforme o projeto original.
 
“Não foi possível concluir os ornamentos em tempo hábil para a inauguração”, justificou o prefeito, que recebeu uma homenagem de Fumio Shin-Ike, pioneiro da colônia, assim como sua esposa, Kátia Feltrin, secretária de Ação Social: bonecas tipicamente japonesas.
 
O monumento
O monumento, de base triangular, com todos os lados iguais, invoca a figura do equilíbrio e da perfeição, características marcantes dos japoneses. De acordo com o arquiteto Marcos Kenji, autor do projeto, o corpo da obra, de aparência bruta e irregular, representa a rusticidade da vida dos primeiros imigrantes e as dificuldades que enfrentaram para se integrarem a uma nova sociedade.
 
Placas de granito polido que contornam a estrutura demonstram o grande trabalho já realizado pelos imigrantes e seus descendentes ao longo da história, “partindo de uma situação de adversidade para uma posição de respeito e plena integração à sociedade brasileira”, frisa o arquiteto Marcos Kenji.
 
No topo da estrutura uma esfera representa o sol, símbolo do país e o globo terrestre com aplicação das bandeiras do Brasil e do Japão em alto relevo, ligados por anéis com a logomarca da comemoração dos 100 anos da imigração. Os anéis são representativos do forte elo de integração existente entre os dois países.
 
 
 
 

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